sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Tardes de Sexta

La vem à tarde de sexta,
o cansaço longo dos dias brutos,
suavemente perde seu espaço,
diante ao prazer delirante em navegar
nas sensações de sentir a noite de sexta chegar...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Que desejo imenso -me desperta- de sentir o mundo, 
agarra-me a ele como uma criança das mais sapecas 
e sacudir-lo feito um confeite. 
Que paixão ele desperta em meu peito, 
pelas coisas mais simples e naturais...
qual feitiço guarda ele em cada chegada e despedida do sol, 
e quando a lua como uma bola mestra ilumina a minha escuridão de pensamentos. 
Louvo a festa das águas em cada chuva, 
saio a dançar em sua homenagem, 
inundando o meu corpo e limpando meus pensamentos impuros, 
transgredindo o horizonte na fábula da vida. 
Mais é no mar que guardo meu grande amor, 
minha prima devoção e celebração. 
Mar que me chama como menina, 
me traz as luzes do sentimento vivo, 
modifica todo meu dia e acalma meu louco coração. 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Tenho dentro de mim as sensações e sentimentos do mundo,
sou daqueles construídos de amor e por amor...
necessito amar tão quanto viver,
conclamo a ti o mais sublime amor...
Penetro-me em teus pensamentos,
domando as sensações do corpo e da alma,
sinto os teus desejos íntimos, rogo pela nuance de teu corpo...
e me deparo com o mais intimo instinto.
Quero apenas saborear-me em teu poço de prazer,
embriagar-me de loucuras intimas e sentimentos doidos...
Sou pecado em pensamentos e sacerdote da luxúria.  
Tenho uma intimidade profana com os meus olhos,
navego alem do horizonte onde me levam,
vou além ao infinito, as luzes diante a escuridão
refletem as sensações de descoberta do meu mundo,
o qual ignoro. Debruço-me então diante as minhas
contradições e percebo que meus olhos podem me dizem
muito alem os pensamentos e encontro a saída no contemplar
o que eles me revelam...
Vejo através desse efeito muito e nada, enxergo então o nada.
Viajar é caminhar
no paraíso das revelações,
cada novo lugar nos revela algo novo,
um desejo novo,
uma nova paixão
e novo encontro com o inesperado...

domingo, 24 de outubro de 2010

A lua me revela o que os olhos e ouvidos são incapazes de perceber, tenho um caso de amor duradouro por ela, um brilho que enfeitiça-me com a magia dos movimentos, creio que diferente dos outros tenho uma paixão agoniante quando ela está repleta e as nuvens lutam em tirar o brilho da escuridão, sinto despertar em mim um estado de êxtase quando ela queima as nuvens, agigantando a sua coroa de esplendor.  

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Caminho em busca de explicações,
tento entender a razão de tamanho fascínio,
procuro palavras para descrever tal encanto,
mais não as encontro em lugar algum de minha mera existência, queria apenas entender,
como o teu olhar me deslumbra e os teus lábios me enfeitiçam,
ao ponto de fazer-me perder a razão e entrar em desespero a pensar-me em ti, unicamente em ti!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Quando criança não diferente de nenhuma outra, minhas relações sempre foram inocentes, aquela sensação do desconhecido vivido em cada um, busco em mim o primeiro encontro com o mar, queria celebrar essa lembrança, viver aquele instante, fecho novamente os olhos, consigo ouvir a musica do tempo vindo me brindar com essa festa.

O estranhamento em cada passo, a sensação incrível ligada pelos pés, sinto a areia molhada e a chuva fina encontrar o meu corpo, os olhos abugalados de espanto e medo, fico parado perplexo, admirando a força brutal da água, me arrisco a aproximar, a tocar-me a mão indo encontrar-lo, curioso, quero experimentar, quando me vem o estranhamento do sabor.

Essa viagem celebrada pelo meu livro de memória faz-me crer, que essas sensações e esses sentimentos que me enchem os olhos e me trazem a certeza realmente que a vida não tem limites.
Vejo o mar quando meus olhos se fecham, teimo em fechar-los a todo momento, quero ir ao seu encontro, navegar nas águas turvas de um dia tempestuoso, me arrepia essa sensação. Entro em um estado de delírio permanente, ele me desperta sentimentos atrevidos, agora queria nadar nu em tuas águas agitadas, sentir toda a sua força domando-me as reações corporais, retirando-me das entranhas desse mundo perigoso e cruel que vivemos e fazendo entender que é a vida e não a morte, que não tem limites. 
Caminho, um passo atrás do outro, numa miséria de pensamentos sigo a caminhar. Hoje é terça daqui a pouco é quarta, os dias não me importam, sigo apenas caminhando, a procura de que? Não sei, não procuro nada, quero apenas caminhar, fazer as pernas se moverem, tirar a acides ferrugem de mim.

Não consigo ver a lua, nem estrelas, não observo nada que me passa, estou apenas caminhando. Não idealizo nada, estranhamente, em meus passos. Não sinto o chão, nem o vento, não sei dizer se era frio ou quente, isolei-me de sentir algo essa noite, queria apenas caminhar. 

E foi isso que eu fiz, andei e andei e cada passo me levava mais longe dali, daquelas pessoas que passavam na rua, dos bichos que cruzaram meu caminho, de qualquer forma de vida ao meu redor. 

Queria voltar no tempo, ter a capacidade de brincar com ele, ser o seu dono, criar todos os fatos para consolidar as coisas desejadas na vida. Mais não foi me permitido esse poder celeste, sou como você, apenas um ser que vive a margem dele, sucumbindo a cada novo amanhecer perante a sua lei implacável.

A cada novo dia envelheço-me de descontentamento por ver que o mundo não muda, que a sensação de pequinês me atormenta os pensamentos. É lamentável ver que o tempo passa e não conseguimos compreender a razão dele passar perante nossa compreensão, é triste sentir os desejos mais ferozes serem tragado pela ordem da tradição, os sonhos serem dizimados e a realidade nos tomam a fluidez de ter-los.